Alunos da sétima e oitava séries de duas escolas rurais da comunidade Mapuche de José Painecura Hueñalihuén, em Carahue, participam de um projeto inovador que visa implementar um sistema tecnológico de cultivos baseado em Tecnologias de Internet das Coisas, IoT, com fornecimento de energia renovável fontes e projetado como uma plataforma educacional. Esta iniciativa é desenvolvida por um grupo de pesquisadores do Instituto de Sistemas Complexos de Engenharia, ISCI, do qual é membro a professora de Engenharia da UdeC, Rosa Medina Durán.
Este sistema tecnológico inclui a construção de uma estufa na Escola Pública Rural Bajo Yupehue e outra na Escola Privada subsidiada Vista Hermosa, que considera cultivos tradicionais destinados a revalorizar a cultura Mapuche da região e também combater a seca que ocorreu devido ao clima mudar.
A professora da UdeC, Rosa Medina, disse que o projeto é liderado por Doris Sáez Hueichapan, pesquisadora do ISCI, que, junto com outros profissionais, trabalha há bastante tempo com a comunidade de Hueñelihuén. “A iniciativa começou na sede comunitária, onde começaram a instalar painéis solares e aerogeradores para energizá-la”, disse. De referir que graças a esta iniciativa foi também instalada uma antena com tecnologia TV White Spaces, que utiliza as frequências de canais de TV não utilizados na faixa UHF para oferecer ligações de banda larga ou Internet das Coisas (IoT).
O professor de engenharia da UdeC comentou que, junto com isso, construíram uma estufa na qual implementaram tecnologia, sensores para obtenção de umidade do solo, temperatura ambiente, válvulas solenóides para automatizar a irrigação, entre outros. “A Doris me contou sobre o projeto e eu achei super legal e me convidou para conhecer a comunidade, eles já tinham a estufa nós propusemos que ela não só ficasse na comunidade, entre os adultos, mas para ensinar a mesma para as crianças, nas escolas e aí começamos a trabalhar nos dois estabelecimentos”, disse Medina.
Desta forma, juntamente com a aluna do quinto ano de Engenharia Civil Industrial, Camila Monsalvez Bastias, apostaram na otimização, especificamente da água, “como a minha área de especialização é a otimização combinatória, estabelecemos a automatização da irrigação em estufas”, explicou Medina.
Para a investigadora, esta iniciativa permitiu trabalhar numa aplicação de engenharia com verdadeira interdisciplinaridade, que descreveu como “um belo desafio” e acrescentou que este projecto abre um mundo para os alunos das escolas, “e para nós também, porque eles têm muito de ideias criativas que contribuem para nós”.
As crianças das escolas Carahue terão acesso à plataforma que regula os diferentes atuadores da estufa, ou seja, controla as válvulas solenóides, as janelas que abrem ou fecham, quais dados os sensores registraram e essas informações remotamente para apoiar a decisão -fazer, “essa é a ideia da estufa”, disse Medina.
Uma fonte: https://noticias.udec.cl