#Quênia #agricultura #pragasdosolo #pequenosagricultores #soluçõessustentáveis #mudanças climáticas #manejo de pragas #culturas vegetais #resiliênciaagrícola #conservaçãoambiental
As culturas vegetais do Quénia sob cerco
No Quénia, os campos exuberantes que outrora prometiam colheitas abundantes são agora campos de batalha, à medida que os pequenos agricultores enfrentam um ataque implacável de pragas invasoras do solo. Um estudo recente conduzido por cientistas da Universidade de Nairobi e do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insectos (ICIPE) revelou a dura realidade desta crise crescente, revelando o impacto destrutivo de duas espécies de moscas insidiosas nas culturas vegetais em toda a região.
O estudo, publicado na Scientific Reports, destaca o surgimento de Delia platura como uma ameaça formidável às culturas de repolho e de Atherigona orientalis como um adversário implacável nos campos de cebola. Estas pragas invasoras, que prosperam na sequência das alterações climáticas e da destruição de habitats, desencadearam uma devastação generalizada, deixando um rasto de colheitas arruinadas e meios de subsistência destruídos.
Os investigadores pesquisaram paisagens agrícolas em cinco condados importantes – Nyandarua, Nakuru, Kiambu, Kajiado e Nyeri – e encontraram uma paisagem prejudicada pela devastação de pragas que vivem no solo. Juntamente com os principais culpados, larvas brancas, vermes e besouros, infestações de larvas de cebola e outras pragas coexistentes agravaram os problemas agrícolas, facilitando a propagação de doenças debilitantes das plantas, como a podridão basal do Fusarium.
A sombria realidade é exacerbada pela ineficácia das medidas tradicionais de controlo, com mais de 95% dos esforços dos agricultores para combater estas pragas com insecticidas sintéticos a revelarem-se inúteis. Dennis Beesigamukama, coautor do estudo e bolseiro de pós-doutoramento no ICIPE, sublinha a necessidade urgente de uma mudança de paradigma nas estratégias de gestão de pragas.
“Os pesticidas sintéticos, além de serem ineficazes contra estas pragas resilientes, representam riscos significativos para a saúde humana e o ambiente”, alerta Beesigamukama. “É imperativo que priorizemos o desenvolvimento e a adoção de alternativas sustentáveis para salvaguardar a produtividade agrícola e o equilíbrio ecológico.”
Face a esta crise crescente, o apelo à acção ressoa alto e claro. Chegou a hora de as partes interessadas de todo o espectro agrícola se unirem na busca de soluções inovadoras, económicas e ambientalmente sustentáveis. Só através do esforço colectivo e do compromisso inabalável poderemos conter a onda de devastação e garantir um futuro resiliente para o sector agrícola do Quénia.
A invasão de pragas do solo representa uma grave ameaça às culturas hortícolas do Quénia, sublinhando a necessidade urgente de estratégias de gestão sustentável. À medida que os pequenos agricultores enfrentam as consequências devastadoras das espécies invasoras e dos surtos de pragas provocados pelo clima, são essenciais esforços concertados para desenvolver soluções eficazes e amigas do ambiente que protejam os meios de subsistência agrícolas e preservem a integridade ecológica da região.