Após o surto de E. coli em espinafres ensacados em 2006, os processadores estão à procura de equipamentos de teste mais rápidos e precisos para detectar a contaminação antes que os produtos recém-cortados saiam das instalações.
Mas antes que uma nova tecnologia possa ser comercializada e vendida à indústria, tem de ser testada fora de um laboratório simulado, pelo que as empresas tecnológicas estão a criar parcerias com processadores para criar soluções inovadoras para a indústria. A Verdelli Farms, uma processadora com sede em Harrisburg, Pensilvânia, especializada em espinafre ensacado, começou a testar um novo produto da Hanson Technologies, Carlisle, Pensilvânia, em maio.
“Faz sentido ter o cliente – os processadores – envolvido no projeto desde o início”, disse Kyle Olds, diretor de garantia de qualidade da Verdelli Farms.
A Hanson Technologies contatou a Verdelli Farms para executar um programa piloto em um equipamento que combinava duas aplicações – uma que estava sendo desenvolvida antes do recall de espinafre e outra que surgiu como resultado do surto de E. coli.
“Eles precisavam de alguém para experimentar em situações da vida real”, disse Olds.
Está sendo testado na linha de espinafre verde da Verdelli, mas pode ser usado com qualquer produto. Há questões específicas dos produtos que teriam de ser abordadas, pelo que o sistema seria configurado de forma diferente para os espinafres e para os tomates.
O novo sistema – uma solução ultrarrápida de triagem de segurança alimentar – é uma peça em linha que testa a contaminação da água de lavagem – detectando organismos vivos e mortos. A água de lavagem cria uma amostra grande que proporciona melhor confiança estatística.
“Você é capaz de amostrar efetivamente 100% dos produtos que está colocando no tanque de lavagem”, disse Bill Hanson, presidente da Hanson Technologies.
Os imunoensaios são usados para testar até 15 contaminantes diferentes e podem ser concluídos em menos de duas horas. Os imunoensaios são propensos a falsos positivos, mas como a água de lavagem é economizada, existe uma amostra que pode ser testada novamente usando outros métodos. Os parâmetros de teste do programa piloto são testes seis vezes para E. coli O157:H7, o que pode ser “exagero”, disse Hanson, mas fornecerá uma imagem melhor da precisão do sistema.
“O que realmente nos atraiu foi a confiança nos resultados”, disse Olds.
Como toda ou quase toda a água de lavagem é amostrada, há uma chance maior de que contaminantes sejam detectados. E o teste não destrói a amostra para que ela possa ser cultivada usando outros métodos.
“Quando terminarmos, mantemos a amostra na qual você pode fazer testes padrão”, disse Hanson.
A velocidade com que os resultados chegam forneceu à Verdelli Farms uma imagem quase em tempo real da segurança de seus produtos. Equipamentos de teste avançados também são mais baratos, além da economia de custos por não ter que fazer recall de caminhões cheios de produtos se houver um resultado positivo.
“Sabemos a resposta antes de carregarmos os produtos nos caminhões”, disse Olds.
É importante que as empresas trabalhem juntas para desenvolver métodos de teste para produtos frescos e desenvolver equipamentos adequados para plantas minimamente processadas. Melhores testes também proporcionarão proteção à marca porque padrões de amostragem mais elevados detectarão níveis mais baixos de patógenos e evitarão que contaminantes cheguem ao usuário final, disse Hanson.